quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Ainda vejo o brilho distante
de um fragmento qualquer,
que longe solta a faísca brilhante,
e na luz sinto que ainda tem vida. 

Versos, versos e prosas,
enterrados em baixo das roupas
sufocados no ônibus lotado,
surrados pela vontade do patrão.


Ainda assim pulsam, e as vezes escapam,
como uma canção triste que toca na radio,
ou a declaração de algum jovem apaixonado. 

Em uma batalha ferrenha eu sou tapeado,
com fúria nos olhos vejo o poeta que matei
o seu olhar me atravessa e me enche de medo.

Os últimos versos são sempre os próximos a vir. 

domingo, 29 de outubro de 2023

Concurso de contos.

Escrevi umas palavras toscas pra fazer uma história. É estranho como a vida passa tão rápido e como estamos distantes.

1000 Quilômetros, eu poderia andar, mas ainda assim aqui estou preso, em outra terra, estrangeiro.

E não sinto um tempo ruim, mesmo na tempestade que agora cai, ainda assim preciso de uma história. 

Quantas eu poderia contar, das ruas, das damas, das putas e das camas, ainda assim nada vem a cabeça. Lembro de uma vez, e de outra e daquela vez,

nenhuma é suficiente.

As palavras querem sair, não consigo controlar, preciso te encontrar, sentir suas coxas em meu rosto.

Não tem cerveja e nem praia, nem sol e nem raio que me faça feliz.

Seu cheiro me embriaga, nem sei onde está, sua vida se entrelaça a minha e como somos um só.

Hoje sou incompleto, na casa todos os restos, na tela um vídeo pobre que levanta apenas a genital.

Preciso de mais que isso. 


Preciso que chegue logo, janeiro está logo aí, dezembro quem sabe. 

Ainda assim não tenho uma história, nesta cidade sou um completo alien, à parte de tudo, à parte de todos.


E não tem conto em que eu encontre o seu corpo nu, e não tem sonho que sacie o seus seios nus, no momento não existe nada, nenhum paragrafo, apenas o desejo de que o tempo não se acabe. 



quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Ruído

 Eu não estou aqui,

A casca vazia de uma promessa qualquer. 

Resquícios de sonhos de outros tempos.

Um vazio que consome quem toca.


O eco de algo que não disse nada,

Das poesias não escritas e das noites no sofá.


Quantas mortes ainda pode haver?

Não tenho mais tempo para procurar.



quarta-feira, 15 de março de 2023



Olha o impostor, aquele que nada sabe,

escrevendo mentiras e olhando o nada,

não tem mais tempo pra deixar de ser

aquilo que odeia e tenta esquecer.



Ainda sente um fio de vida,

traz em seu peito à enorma ferida,

caminha quieto em condução lotada,

observando a vida como uma piada,



Mas não te rendas, poeta da vida,

pois tua voz ainda pode ecoar.

Continua a escrever, mesmo que sem dormir,

pois a tua alma, em versos, pode sorrir.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Eu ando chorando um pouco todos os dias! Pelas mentiras que o povo acredita, pelos sonhos que já nem reconheço. Por ser um garoto mimado e assustado neste mundo enorme e estranho. Eu tenho conseguido coisas boas. Eu tenho uma relação que amo. Eu tenho conseguido levantar da cama de manhã. Mas no geral eu passo os dias em desespero. Esta moeda de troca que inventaram me consome o pensamento. Este pedaço de papel maldito que sempre me falta. Queria te levar pra jantar, queria te levar para lua, queria ir pra bem longe deste lugar. Restam lagrimas dispersas, sonhos caídos e a falta de emprego. Resto um pouco ainda. Quero mais. Quero que exploda tudo.

domingo, 2 de junho de 2019

Bloqueado

A parede é enorme
Incomensurável e intransponível.
Quebra as palavras e a vontade.
E segue o silêncio, velho amigo,
sempre presente em meu vazio.
Queria ser um toque completo
um sussurro em seu ouvido
que arrepie até o último pelo.

No momento sou ideia
que bate na parede
e deixa de existir.

domingo, 12 de maio de 2019

Eu tento estar presente
colar os pés ao chão
sentir a realidade do mundo
sem tremer de raiva e medo.
Mas não me sinto pronto
sempre chego atrasado
estão acabando com tudo
e nem em versos eu encontro.

Não consigo estar aqui
sinto a morte em silêncio
temperada no tempo aflito
dos sonhos apagados,
estou só em ilusões
onde foi parar a vontade?